O coaching faz parte da minha vida há mais de 20 anos. Foi um caminho que aconteceu naturalmente, sem que eu me desse conta. Me formei em psicologia, fiz especialização em psicanálise e aos poucos veio a transição para o atendimento de executivos. Mas a vontade de ajudar as pessoas a resolver seus problemas começou bem antes, inspirada pela minha Tia Elvira.

Ela era psicóloga, mas tinha algo a mais. Um dom, digamos, sobrenatural: a parapsicologia. Eu sei, esse papo é um pouco esquisito, mas vai fazer sentido quando eu contar a história toda. Pode confiar!

Descobri os poderes da Tia Elvira quando tinha 13 anos e uma dor que nenhum médico conseguia desvendar. Ela colocou as mãos nos meus pulsos e disse: “Estou passeando pelo seu corpo.” Fiquei com muito medo daquilo! Mas logo ela falou: “No seu rim direito têm duas pedras”. Minha mãe me levou ao urologista e realmente as pedras estavam lá.

Achei o dom da Tia Elvira sensacional. Nem tanto pelo lado místico, mas sim pela possibilidade de ajudar as pessoas a descobrir a causa dos seus problemas, e a entender sofrimentos que elas não sabem de onde vêm. Anos mais tarde, decidi que também queria fazer minha parte para facilitar a vida das pessoas. Como não tinha dons sobrenaturais, fui estudar psicologia.

Psicologia, recolocação e coaching

Para chegar ao coaching, eu passei antes pela área de transição de carreira, então chamada de Outplacement. Em 1994, a amiga e colega da formação em psicanálise Adriana Fellipelli me convidou para trabalhar em sua consultoria. Eu não sabia nada sobre esse mercado, mas tinha tempo livre entre os atendimentos no consultório, que se concentravam na parte da manhã e fim da tarde. Queria fazer algo novo, então topei o desafio.

Meu trabalho era ajudar executivos que eram desligados de suas empresas a se recolocarem profissionalmente. O processo era pago pelas companhias e tinha um tempo pré-determinado: entre 6 e 12 meses, ou até o cliente reencontrar seu caminho profissional, fosse em outra empresa ou abrindo seu próprio negócio. O “problema” era que meus clientes não queriam ir embora. Eles queriam continuar discutindo sua relação com o trabalho.

O que surgia ali era, na verdade, uma demanda por coaching. O termo nem era conhecido no Brasil na época. Então eu criei um produto chamado processo de manutenção, direcionado a esses ex-clientes do Outplacement. Isso aconteceu entre 1995 e 1996. Dois anos depois, minha chefe e amiga Adri voltou de uma viagem para os EUA com o livro Secrets of a CEO Coach (Segredos de uma coach executiva, em tradução livre), da Debra Benton.

 

capa do livro secrets of a CEO coach sobre coaching e psicologia aplicada a negócios

A transição para o coaching

Essa leitura foi um divisor de águas para mim. Enquanto eu lia, eu pensava: é isso que faço com meus clientes! E mais: é isso que quero fazer da vida. Percebi que podia aplicar o conhecimento e a experiência de 10 anos em consultório e clínica médica ao mundo corporativo.

A partir daí eu mergulhei nos estudos sobre o tema. No final de 1999, recebi o convite para estruturar, implementar e conduzir o departamento de coaching da Right Saad Fellipelli, o primeiro deste tipo no Brasil. E não parei mais. Fiquei à frente da área até 2005, quando parti para minha carreira solo. O resultado foi a Carpegiani Associados.

Hoje atuo dentro e fora de empresas para ajudar pessoas a entender e melhorar sua atuação profissional. Faço isso com base nos conceitos da psicanálise, meu campo maior de conhecimento e atuação. Mas isso é assunto para outra hora.

Por enquanto, deixo aqui este breve registro da minha história e do meu trabalho, junto com um convite: como tem sido a sua trajetória profissional? Quais são seus desafios e descobertas? Vamos conversar!

 

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