A gestão organizacional tem sofrido diversas transformações ao longo dos anos. Entre elas, a crescente ênfase na humanização das práticas de gestão e liderança. Na era da Revolução Industrial, os trabalhadores eram categorizados como meros agentes produtivos e tratados como peças substituíveis em um grande sistema. Desde então, muito se evoluiu na compreensão dos negócios e suas implicações humanas, revelando as complexas estruturas emocionais, desejos inconscientes e conflitos internos que influenciam diretamente as funções laborais do trabalhador. 

Quando, em 1994, me aproximei do mundo corporativo depois de 10 anos de atuação em consultório, comecei a usar meus estudos em psicanálise para aprofundar a visão da significância deste movimento.  

O momento era oportuno, já que o entendimento sobre a psique humana passou a ocupar mais tempo dos estudantes e interessados na administração de negócios, evidenciando que o bem-estar e a satisfação dos colaboradores são fundamentais para a eficácia de processos e produtividade dos parceiros. Assim, surgiu a gestão e liderança humanizadas, paradigma no qual os líderes passam a ser vistos como orientadores e mentores, e não somente como superiores hierárquicos. Esta abordagem transcende o mero reconhecimento do valor humano, buscando entender e satisfazer as necessidades mais profundas e emocionais dos colaboradores. 

Ao considerar essas necessidades, promove-se um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo. Ou seja, ao valorizar o bem-estar humano, as empresas fomentam um ambiente laboral saudável, que também maximiza seus resultados operacionais.  

Ainda que essa caminhada tenha grande foco na otimização dos resultados empresariais, o trabalho que eu e meus colegas da área de desenvolvimento humano desempenhamos tem o objetivo de promover um entendimento ampliado da condição humana no âmbito profissional. 

Liderança e gestão humanizada não devem ser apenas teorias ou modismos transitórios, mas reflexos de uma profunda compreensão da essência humana, de seu papel no mundo corporativo e dos benefícios de colocar o ser humano no centro das estratégias organizacionais. 

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