Recentemente, atendi a uma executiva. Mulher, feminista, ativista e abertamente contra qualquer tipo de preconceito. Ela me relatou sua experiência em um encontro familiar, onde enfrentou muita dificuldade em dialogar sobre esses assuntos, desconhecidos por seus familiares, o que a obrigava a explicar o básico.

Sim, explicar para quem tem pouco ou nenhum conhecimento sobre algo pode ser bastante cansativo. A energia que precisamos despender é muito maior do que quando falamos com pessoas de nossos círculos mais próximos.

Bate uma preguuuiça! Nos questionamos “por onde vou começar?”. Mas aí está justamente a questão que esse artigo se propõe a abordar: qual o valor de pregar para iniciados?

É fato: a gente não vai evoluir se continuar falando apenas com quem já tem a mente aberta, promovendo o isolamento cultural.

Quando é que realmente temos uma ação efetiva, uma ação transformadora?

É quando falamos pra quem não sabe.

É quando genuinamente queremos ouvir a necessidade dos outros e ajudar a ampliar a capacidade de reflexão – a deles e também a nossa!

É quando nos aproximamos de quem realmente é diferente.

Se me nego a conversar com pessoas que pensam diferente de mim, estou negando a diversidade. Estou negando a possibilidade de ajudar outras pessoas a questionarem seus preconceitos, de ter novos olhares e repertórios para lidar com suas questões.

Deste jeito, nenhuma transformação é possivel e essas pessoas continuarão repetindo seus comportamentos.

A consciência que eu tenho hoje – e que quero expandir para o maior número de pessoas possível – vai exatamente na contramão disso.

Penso que o único caminho possível está na coletividade. Ou a gente vai na coletividade. Ou a gente não vai. Não tem mais jeito!

E ai, vamos juntes?

Postagens Recomendadas