Nunca tivemos tantas gerações diferentes convivendo no mundo corporativo como hoje. 

Essa realidade, que coloca no mesmo ambiente tanta diversidade de pessoas e ideias,  é mais um dos desafios para criar nas empresas um ambiente de confiança, fundamentado na segurança psicológica, com benefícios tanto para o negócio, quanto para a equipe. 

Que tal identificarmos alguns porquês e levantarmos alguns como lidar com essa questão? 

Polarização ou complementaridade?

É bastante comum termos em uma mesma empresa desde Baby Boomers, nascidos entre 1945 e 1964, até as gerações X, Y e Z, com os nascidos a partir dos anos 2000. 

Esse encontro que na teoria poderia ser de troca e complementaridade, na prática tem sido de polarização. 

De um lado, os mais velhos, que tendem a desvalorizar a capacidade e o potencial das novas gerações. Do outro, os mais novos, que muitas vezes encaram as gerações anteriores como verdadeiros dinossauros, sem capacidade para compreender o mundo que estão construindo.

Isso não é de se estranhar, levando em consideração que vivemos em uma sociedade que nos incentiva a competir praticamente desde que nascemos. 

Inicia assim: 

– Com quantos quilos nasceu seu filho? Começou a engatinhar com que idade? O meu antes de um ano já estava falando. 

A mesma competição e rivalidade da idade infantil levamos para o mundo corporativo, enxergando nossos parceiros de trabalho como rivais. 

 

Sem confiança, não há relacionamento.

Deste jeito, como construir um ambiente onde as pessoas se sentem seguras para serem elas mesmas? 

Ter me tornado mãe foi o processo mais importante de desenvolvimento e evolução pra mim como pessoa. E também como profissional. 

Quando minha filha nasceu, entendi que aquela criatura que tava chegando dependia de mim para aprender o que é ser uma pessoa neste mundo. Mas também precisava aprender com ela a ser mãe. 

Não podemos nos esquecer que o processo de aprendizado é um processo de troca. Quando aporto conhecimento dentro de uma equipe, também crio espaço para aprender com o outro. 

Ao invés da polarização, onde cada um quer marcar o seu território pra poder garantir a sua reputação, podemos criar espaços de convergência de experiências. 

Deste modo, cria-se um ambiente onde a gente se sente seguro para dar as nossas melhores contribuições. E também receber a contribuição do outro sem nos sentirmos ameaçados pelo seu conhecimento ou por suas competências. 

Passamos a olhar para o outro com curiosidade de saber o que ele sabe que eu não sei. Inicialmente, fazemos isso dentro do ambiente de trabalho, mas podemos estender para todos os âmbitos sociais e interações com as pessoas.

Para encerrar, te convido a refletir sobre como você tem olhado para seus colegas de trabalho: como aliados ou adversários?

Denise Carpegiani

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